Friday, March 30, 2007

A ETERNIDADE E MAIS UM DIA

Já pararam um pouco para pensar o que seria viver eternamente? Que tipo de existência seria a nossa? Tudo o que conhecemos, sentimos e vivemos tem origem no mundo fisico que nos rodeia. Os nossos prazeres, as nossas alegrias(e tristezas), os momentos que dão significado às nossas vidas só existem em função de uma realidade exclusivamente material que alimenta e limita. Que gosto pela pintura terá alguém que nunca absorveu a luz visivel do espectro electromagnético? Será um surdo capaz de ouvir e apreciar sons, música? Gostamos de comer, beber e dormir mas o facto de tirarmos prazer destas actividades não as torna menos necessárias e essenciais à mera subsistência. Mesmo sentimentos como o afecto , a mágoa, a paixão ou a ira, são experimentados pelo nosso corpo enquanto entidade corpórea, concreta, biológica. Que espaço existirá então para a alma? E qual a sua utilidade? Ainda que fosse possivel imaginar uma eternidade sem corpo não consigo deixar de pensar: A fazer o quê?

O SENTIDO DA VIDA

Alguém me perguntou há dias se não tinha medo de morrer. Claro que sim, respondi na altura. Mas pensando bem já estivemos todos mortos. Biliões de anos. E quando voltarmos ao nada, será como um regresso a casa. A vida é apenas um soluço cósmico, um espasmo na eternidade. E não há nada de especial com a morte. A vida é a excepção, não a regra.

O QUE É MEU ATEU

A necessidade de dar algum sentido e importância ao que somos fez de nós criadores de deuses; muitos e variados, para todos os gostos, desejos e necessidades. E no entanto não há ninguém que neste self-service metafisico não escolha o(s) seu(s) preferido(s) para lhe dar consolo particular deixando os restantes de lado. Verdade verdadinha é que somos todos ateus. Uns mais do que outros.